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terça-feira, 22 de outubro de 2013

Assassinato do Casal em Alter do Chão completa 1 ano

Neste local o casal Mauro e Jéssica foram assassinados
A morte do casal Mauro Borges, 30 anos, e Jéssica Gomes, 18 anos, ocorrida na trilha que dá acesso a serra da Piroca, na vila balneária de Alter do Chão, completou um ano nesta segunda-feira (21). A trilha sempre foi uma das rotas favoritas dos turistas e visitantes que frequentam a vila da vila balneária. Após a morte do casal que fazia esse percurso, muita gente ficou com medo de subir a serra.
A nossa equipe de reportagem fez o mesmo trajeto que o casal assassinado fez para tentar entender o que aconteceu naquele dia 21 do ano passado. No local aonde foram encontrados os corpos, a única coisa que chama atenção são as cruzes que foram colocadas no local. Apesar do clima de medo, fizemos a caminhada na trilha sem nenhum problema. Na subida da serra, encontramos um solitário turista que fotografava a linda paisagem e pudemos perceber pelas pegadas na areia que a trilha voltou a ser frequentada por muitos turistas, apesar do ambiente isolado. Mesmo assim muitos turistas ainda temem em frequentar o local.
A bióloga Ericleya Marinho, 25 anos, lembra os passeios que fazia ao local. “Tive a oportunidade de ter aquela visão maravilhosa por três vezes em diferentes épocas do ano, a paisagem é diferente em cada um desses períodos”, explica.
Segundo ela, o trajeto é cansativo e desgastante, porém, a recompensa é a vista percebida ao topo da serra. “A última vez que subi na serra foi em setembro com um grupo de amigos, e com certeza esse dia ficará marcado em minha memória, porém por causa desse crime bárbaro e cruel que ocorreu um mês posterior a minha ida na serra, nunca mais tive coragem de voltar”, completa.
A bióloga pretende voltar afazer trilhas no local. "Espero voltar naquele ambiente tão lindo e cheio de vida e assim desfrutar da beleza incomparável da natureza local, mas enquanto esse medo persistir em mim não será possível, não dá para confiar", conclui.
A universitária Edivânia Lopes, 22 anos, lamenta que o ocorrido tenha tirado a oportunidade de desfrutar da paisagem. “Depois do crime, a insegurança ficou evidente. O lugar antes era frequentado por grupos, pessoa sozinha ou por casais. O medo de voltar a acontecer algo igual impede que muitos subam novamente para apreciar a vista sensacional de lá de cima, sou uma destas pessoas que não vai mais ao local”, lamenta.
O estudante Andrei Ramos, 22 anos, afirma ter coragem de voltar ao local. “Eu ainda subiria na serra, acho que as pessoas ficaram com medo devido aos diversos comentários que as pessoas fizeram e fazem sobre o caso”, explica.
Por telefone, o comandante da base da Polícia Militar em Alter do Chão, sargento Anacleto Silvano, informou que a PM faz rondas constantes no local, mas não é possível manter policiais fixos no local. O comandante informou ainda que as ocorrências na vila mais frequentes envolvem desordem, furtos e tráfico de drogas, e que o assassinato do casal foi um caso isolado. Em nota, o Ministério Público Estadual (MPE) informou que o caso segue em segredo de justiça. O promotor público Sandro Chermont acompanha o caso.

Entenda o caso
Mauro Borges e Jéssica Gomes desapareceram no dia 21 de outubro de 2012. Eles foram encontrados mortos no dia 23, próximo à Serra Piroca, em Alter do Chão. Os corpos estavam com perfurações de faca, e Jéssica, com um tiro na cabeça.
Três jovens foram presos e três adolescentes apreendidos suspeitos de serem os autores do crime. Foram presos pela Polícia Civil, Luís Carlos Santos Silva, o “Panga’, de 19 anos; Manoel José Silva dos Anjos, “Nenel”; 18 anos; e Luan Rafael Medeiros, conhecido por “Beiçola”, de 20 anos.
Os adolescentes foram encaminhados à Fundação de Atendimento Socioeducativo do Pará (Fasepa) no dia 8 de novembro e os adultos tiveram a prisão temporária decretada, mas o juiz da 6ª Vara Penal de Santarém deferiu a conversão para prisão preventiva dos três acusados. A decisão saiu no dia 5 de novembro de 2012. Com a concessão da prisão preventiva, foi possível manter os acusados presos.

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