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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Hidrelétricas do Tapajós poderão causar danos irreversíveis ao Lago Verde

Lago Verde ameaçado pelas hidrelétricas
Quem afirma isso é o agrônomo paulista, Márcio Halla, que está radicado há nove anos em Alter do Chão e é um dos maiores engajadores e defensores da APA e das questões ambientais da vila balneária.
Consultor ambiental e um dos colaboradores diretos da criação do PU (Plano de Uso) da APA Alter do Chão, Márcio Halla diz que, muitos esforços individuais esbarram na falta de vontade política para ordenar o crescimento de Alter do Chão, que viveu nos últimos anos uma explosão turística e em conseqüência disso, aconteceu um considerado crescimento da construção civil.
Além dos problemas locais de infraestrutura e saneamento na vila, ele diz que Alter do Chão corre o risco de sofrer impactos ambientais irreversíveis que não serão investigados, caso forem construídas as hidrelétricas de São Luis do Tapajós e Jatobá.
“Apesar dos vários exemplos de hidrelétricas como Balbina, Tucurui e Belo Monte, as pessoas não enxergam os impactos sociais latentes. Os estudos de impacto ambiental estão sendo feitos em uma área muito pequena e apenas rio acima das usinas do Tapajós, desconsiderando os mpactos rio abaixo”.
Marcio conta que, através da APA, tenta levantar esse debate com os moradores, mais  pouco se fez, por falta de articulação dos movimentos sociais. Segundo Halla, a resistência mais efetiva e visível contra as hidrelétricas é a dos índios Mudurukus, que se declararam em guerra contra as usinas.

A repercussão da carta enviada ao governo pelos mundurukus e a detenção e expulsão da equipe que fazia os estudos de impacto ambiental na região em que vivem deve adiar o leilão das hidrelétricas, que estava marcado para o final de 2014.

As usinas estão distantes mais de 250 km em linha reta até Alter do Chão. Entretanto, Halla ilustra danos que elas podem causar: “Empiricamente, nas épocas em que as secas do Tapajós foram muito fortes, as águas [barrentas] do Amazonas entraram pelo Canal do Jari.
Márcio Halla
As águas do Amazonas podem avançar sobre as do Tapajós a partir do ponto em que se encontra, na frente de Santarém. A vazão do Canal do Jari é baixa demais comparada à do Tapajós. O que pode criar uma mancha maior do que a normal. Se as hidrelétricas baixarem o nível do rio, isso poderá ocorrer com mais frequência e tornar marrom o Lago Verde, um dos principais atrativos turísticos de Alter do Chão”, revelou.
O rio Tapajós tem águas claras que, dependendo da época ou do local, vão do verde a um azul que lembra o oceano,  Mas, segundo Halla, o rio já foi marrom há 30 anos por conta da grande concentração de garimpos na região de Itaituba, cujas atividades poluíam o rio.
Se os estudos de impacto forem limitados, adverte, o Tapajós e as comunidades que dele dependem podem sofrer impactos negativos que, do jeito que está previsto, não serão nem mesmo avaliados.


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