O banco de madeira manejada (Foto: Coomflona) |
As famílias que vivem do uso
sustentável dos recursos naturais na Floresta Nacional do Tapajós, agora vão contar com uma nova fonte de renda com a venda de seus produtos
confeccionados a partir de galhos e madeira maneja em uma loja recém-inaugurada
em Santarém.
Na EcoLoja estão expostas desde peças
de couro ecológico, como bolsas e sandálias, bancos, mesas e caixas feitas de movelaria
e marcheteria, além de artesanato confeccionado com sementes coletadas na
floresta.
O negócio sustentável é
administrado pela Coomflona (Cooperativa Mista da Flona Tapajós), que teve sua
origem no Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia
(Promanejo), um dos projetos do Programa Piloto de Proteção de Florestas
Tropicais (PPG7).
Em 2009, a Coomflona ganhou o
Prêmio Chico Mendes pela produção e comercialização sustentável de produtos da
floresta, iniciativa que promove a proteção da Flona e gera renda às cerca de
1.200 famílias que moram em 26 comunidades tradicionais.
Segundo a cooperativa, essas
famílias sobrevivem de atividades como pesca, caça, agricultura (cultivo de
mandioca, milho, arroz e feijão) e da extração de produtos florestais
madeireiros e não-madeireiros.
O presidente da Coomflona, Sérgio
Pimentel disse que 300 famílias estão trabalhando diretamente para confecção
dos produtos da EcoLoja. Segundo ele, a renda anual de cada família está na
faixa de 10 a 15 mil por ano. Essas famílias só trabalham com madeira manejada
no período do verão, entre os meses de agosto a dezembro. “A EcoLoja é muito
importante porque nosso objetivo é melhorar a vida econômica das famílias”,
disse Pimentel.
As peças de galhos e madeira que
são vendidas na EcoLoja receberam o selo de Certificação FSC 100% de Manejo
Florestal Comunitário Familiar. O FSC é um sistema de garantia
internacionalmente de produto originário do bom manejo florestal. Esta
categoria concedida aos produtos da loja só existia no Estado do Acre.
O projeto da EcoLoja recebeu
parceria do Instituto Floresta Tropical (IFT), do Instituto Internacional de
Educação do Brasil (IEB) e da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).
“Esse certificado é o reconhecimento de que estamos trabalhando com manejo e
impacto ambiental reduzido”, disse Pimentel.
A Floresta Nacional do Tapajós é
uma Unidade de Conservação criada em 1974 e administrada pelo ICMBio
(Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade). As cerca de 1.200
famílias já moravam na floresta antes do decreto de criação da Flona.
Com uma área de cerca de 545 mil hectares, a Flona do Tapajós é pressionada pelas frentes de expansão de obras de hidrelétricas e pelos desmatamentos ilegais em seu entorno. Um do limite da reserva é com a rodovia BR 163 (Santarém-Cuiabá).
Com uma área de cerca de 545 mil hectares, a Flona do Tapajós é pressionada pelas frentes de expansão de obras de hidrelétricas e pelos desmatamentos ilegais em seu entorno. Um do limite da reserva é com a rodovia BR 163 (Santarém-Cuiabá).
Sérgio Pimentel afirma que antes da
criação da cooperativa havia muita invasão na floresta por extratores de
madeira. “Hoje os cooperados ajudam a fiscalizar e a proteger a Flona do Tapajós”,
disse.
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