Artista visita Santarém, 14 anos após refazer a expedição Langsdorff

A artista produziu diversos trabalhos na sua viagem

“Chegar a Santarém 14 depois, foi emocionante esse retorno. Como se eu olhasse a paisagem com olhos do passado, olhos de poesia, povoados de boas memórias.”, descreveu Adriana Florence, 45 anos, sobre sua passagem por Santarém, no mês de outubro. Ela é tetraneta de Hercules Florence, pintor e naturalista francês que participou da expedição Langsdorff entre 1821 e 1829, e é considerado o “Pai da Fotografia” pela comunidade científica internacional.

“A autenticidade do povo do Pará, a brasilidade, o orgulho pelas tradições, ouvir novamente o barulho dos barcos, o aviso da partida, o movimento das redes coloridas e o burburinho das pessoas no porto, foi maravilhoso”"

Adriana Florence, sobre sua recente passagem por Santarém, 14 anos após refazer expedição.

A expedição em que Hercules Florence participou foi uma das primeiras a estudar e catalogar a fauna, a flora e a população indígena do país, especialmente da Amazônia. Após 174 anos, em 1999, Adriana, depois de mais de 8 anos de pesquisa, idealizou a viagem e o documentário, e repetiu o mesmo trajeto do tataravô, o que resultou em uma nova expedição. “Foi um projeto em comemoração aos 500 anos do Brasil”, explica.
Na virada do milênio, Adriana e uma equipe de 11 profissionais viajaram cerca de 40 dias de barco, repetindo o trajeto de 1826 a partir da narrativa do diário de Hercules Florence e Langsdorff. “Eu cresci ouvindo as histórias sobre Hercules. Sempre fui apaixonada por arte e ciência, e me encantava com os desenhos e com o espírito livre e curioso dos viajantes.”, relata.
Sem as dificuldades da época, como as doenças tropicais, que fizeram muitas vítimas na expedição original, mas com a mesma paixão e seriedade do seu antepassado, a artista refez a etapa fluvial, partindo do Rio Tietê, em São Paulo, até o Rio Amazonas, para produzir o documentário ‘No Caminho da Expedição Langsdorff’, co-produzido pela BBC, France 3, Grifa e exibido em mais de 200 países, em 19 idiomas. (G1)