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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Desmatamento na Amazônia recebe pouca atenção da imprensa

O desmatamento na Amazônia é pouco divulgado
Apesar de ter reduzido consideravelmente as taxas anuais de desmatamento na Amazônia, o Brasil ainda é o País que mais desmata no mundo. No último ano (agosto de 2012 a julho de 2013), o desmatamento aumentou 28% em relação ao período anterior.
Mesmo assim, nos seis anos entre 2007 e 2012, em 44 jornais investigados pela equipe de análise de mídia da ANDI – Comunicação e Direitos, a frequência média da cobertura sobre o problema foi de uma matéria por semana. Muito pouco, se comparado aos indicadores da cobertura sobre outros temas pesquisados pela organização no passado.
Porque a imprensa está encontrando dificuldades em abordar, de maneira sistemática, uma área que corresponde à metade do território brasileiro e é considerada estratégica para o futuro do País? E, em especial, porque não consegue provocar, com a necessária densidade, o debate em torno dos mecanismos de formulação, implementação e avaliação das políticas de combate ao desmatamento?
“Imprensa e Desmatamento na Amazônia”, o documento que traz em detalhes os resultados da análise realizada pela ANDI, apresenta dados que permitem uma compreensão mais próxima da situação.
A análise, que também incluiu as quatro principais revistas semanais de notícias (Veja, Época, Isto É e Carta Capital), compilou evidências e reflexões que podem balizar o esforço em cobrir mais e melhor uma pauta que tem desdobramentos extremamente relevantes. “Trabalhamos com 1,5 mil notícias e há material de ponta – inclusive reportagens premiadas. Mas esta é uma pauta complexa e estratégica e precisa de cobertura cotidiana qualificada”, afirmou Veet Vivarta, secretário-executivo da ANDI, no debate de lançamento da análise, realizado no dia 10 de dezembro, em São Paulo.
A repórter especial do Valor Econômico, Daniela Chiaretti, que participou do debate, argumenta que “é caro enviar jornalistas para a Amazônia” e lembra que jornais locais enfrentam dificuldades maiores para cobrir o tema. Ela ressalta que é “difícil saber o que está acontecendo no meio da floresta” e admite ser um problema “tornar a Amazônia interessante para quem não conhece a sua realidade”. O analista ambiental Mauro Pires, consultor técnico do estudo, resume a contribuição da pesquisa no sentido de fortalecer uma cobertura de maior densidade: “Sem mostrar para a imprensa que ela cobre pouco a questão, a situação não vai mudar”.
A análise de mídia é uma das atividades do projeto “Desmatamento na Amazônia na Imprensa Brasileira”, realizado pela ANDI em parceria com a Aliança do Clima e Uso da Terra (CLUA), com o objetivo de apoiar as redações no desenvolvimento de uma cobertura qualificada, independente e plural sobre o tema.
Fonte: Andi

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