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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Pesquisa identifica espécies tóxicas de Algas no Rio Tapajós

Substâncias contidas no lixo aumentam o processo
Em determinados períodos do ano é possível ver no rio Tapajós, principalmente às margens, uma grande quantidade de algas. Nas praias, ou até mesmo na orla da cidade de Santarém, a presença das algas se destaca pela coloração verde predominante na água.
Algumas espécies são tóxicas e causam danos à saúde humana quando ocorre o contato direto com a pele.
O termo alga aplica-se a uma ampla variedade de organism
os fotossintetizantes, encontrados, geralmente, em ambientes aquáticos e locais úmidos, onde constituem a base das cadeias alimentares.
A bióloga Sâmea da Silva desenvolveu uma pesquisa com o objetivo de investigar os frequentes episódios de crescimento de algas no rio Tapajós. O estudo foi realizado entre as praias do Juá e Maracanã e também na orla de Santarém. A pesquisa foi realizada sob a orientação do Dr. Reinaldo Peleja, com orientação do Dr. Sérgio Melo, em parceria com a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e outros institutos.
“Luz e nutrientes são os dois principais fatores que alteram a produção fotossintética, e suas disponibilidades influenciam diretamente a densidade e a composição da comunidade de algas”, destaca Sâmea.
No porto da Tiradentes a água é esverdeada
Segundo resultados obtidos na pesquisa, acredita-se que a presença de algas em elevada quantidade em determinados períodos do ano no rio Tapajós pode estar sendo influenciada pela entrada integrada de nutrientes acumulada por toda sua área de drenagem, incluindo o escoamento superficial difuso e canalisado pelos rios de pequeno porte (igarapés) que carreiam compostos nitrogenados, além de fósforo. Esses nutrientes chegam até as águas do rio através das chuvas que trazem os compostos orgânicos dos arredores, ou no caso, do trecho em fente à orla da cidade, devido aos esgotos e os barcos que lançam substâncias no rio.

Danos à saúde humana
Durante o estudo foram encontradas um total de 38 espécies de algas no rio Tapajós. A classe Cyanobacteria (algas azuis) foi a mais representativa, com onze espécies distribuídas nos seguintes gêneros: Aphanothece; Chroococcus; Dolichospermum (antes Anabaena); Lyngbya; Merismopedia; Microcystis; Oscillatoria; Pseudanabaena, Synechococcus. Além disso, as cianobactérias contribuíram com 75% do percentual da densidade algal no Tapajós.
Dentre os táxons identificados no rio Tapajós, os gêneros Dolichospermum, Microcystis, Oscillatoria e Lyngbya, já foram descritos como produtores de cianotoxinas. “Cianotoxinas são compostos secundários sintetizados por cianobactérias os quais possuem efeitos biológicos tóxicos. De acordo com sua ação farmacológica, as principais classes de cianotoxinas são: dermatotoxinas, neurotoxinas, e hepatotoxinas”, descreve.
Sâmea explica que “as dermatotoxinas são identificadas como lipopolissacarídeos (LPS), e são integrantes da parede celular de todas as cianobactérias e bactérias gram negativas. Essas substâncias são toxinas causadoras de severas dermatites de contato capazes de induzir irritação na pele e alergias. As neurotoxinas podem gerar problemas no sistema nervoso, enquanto as hepatotoxinas agem principalmente no fígado”.
(G1)

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