Doutores das Águas atendem comunidades na Amazônia |
O alívio
gerado por um pequeno frasco de analgésico serviu como ponto de partida para
uma expedição que este ano prestou atendimento médico a 1,3 mil moradores de
comunidades ribeirinhas da Amazônia. Entram na conta também 846 tratamentos
dentários, que vão além das costumeiras extrações.
Os
serviços são prestados pela ONG Doutores das Águas, um grupo de voluntários
que, desde 2011, embarca uma vez por ano para melhorar a qualidade de vida de
quem demora até três dias apenas para chegar a um posto de saúde. “Coisas que
para nós são muito simples para eles representa um impacto tremendo”, conta o
idealizador do projeto, o urologista Francisco Leão.
Verminoses
e cáries estão entre os principais problemas. “Eles têm peixe, castanha,
mandioca, têm fruta. Mesmo que eles não plantem, têm o necessário para ter uma
boa saúde em termos nutricionais. Só que as verminoses acabam com isso”, conta
a coordenadora do projeto, Sônia Fortes. Os médicos contam que a população vive
bem, mas sem hábitos básicos de higiene, como ferver a água e escovar os
dentes.
As crianças recebem educação e atendimentos bucais |
Entre as
crianças, os vilões são os doces trazidos de viagens a centros urbanos mais
próximos. Eles se juntam ao consumo diário da farinha de mandioca, que não é
acompanhado por escovação. “A quantidade de cáries nas crianças é assustadora,
muito diferente do que vemos nas grandes cidades porque não há nenhum tipo de
tratamento preventivo. Tem crianças que ficam três dias sem dormir por causa de
dor de dente”, conta o dentista Luciano Moura.
Crianças
recebem escova de dente; famílias costumavam ter apenas uma em casa
Por conta
da falta de prevenção e tratamento, o medo do dentista é a primeira reação.
“Dentista, quando aparece algum lá, é para arrancar dente”, diz Moura. Em
alguns casos, a solução é mesmo extrair. Mas para os pequenos moradores, uma
simples restauração resolve o problema e faz com que aos poucos, ganhem
confiança para sentar na cadeira do dentista. E para sorrir. (Por
- iG SãoPaulo).
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