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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Projeto no Pará leva detentos a escola para realizar reparos

Os detentos também vão relatar suas experiências
Detentos de 16 municípios do Pará vão participar de um projeto em que vão visitar escolas para realizar pequenas reformas e consertos. Serão cerca de 300 homens e mulheres condenados pela justiça que farão as visitas uma vez por mês.

Depois do trabalho, os detentos relatam suas experiências na prisão a estudantes das escolas públicas visitadas pelo projeto, segundo informa o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

Idealizado pelo juiz Deomar Barroso, do TJPA (Tribunal de Justiça do Pará), o objetivo do trabalho é resgatar a autoestima dos presos, uma vez que o projeto trabalha valores positivos.

Antes de serem selecionados para o projeto, os detentos têm de demonstrar a assistentes sociais, psicólogas, professores e pessoal de segurança da unidade prisional que são capazes de respeitar a autoridade.

Além das escolas, os detentos fazem reparos também em locais públicos como praças públicas e outros endereços.

No papo com os alunos, chamado "Papo di rocha" (expressão usada nos presídios que equivale a "conversa franca"), eles compartilham com os alunos algumas das vivências da prisão.

— Eles contam como é dividir um só banheiro com 20 colegas de cela, ver gente sendo morta na prisão, se alimentar de péssima comida geralmente servida nos presídios, ser abandonado pela própria família.

O projeto, parceria com a Superintendência do Susipe/PA (Sistema de Penitenciário do Estado do Pará), foi levado a municípios do interior: Abaetetuba, Capanema, Marabá, Marituba, Mocajuba, Paragominas, Salinópolis, Santa Izabel do Pará, Tomé-açu, Cametá, Castanhal, Bragança, Tucuruí, Altamira e Redenção.

O juiz avalia que o projeto tem um caráter de prevenção da criminalidade. Para Barroso, responsável pela execução penal do município de Abaetetuba, as vítimas não desejam se vingar de quem cometeu o crime, "querem nunca mais serem vítimas novamente".

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