Os detentos também vão relatar suas experiências |
Depois do trabalho, os detentos relatam suas experiências na prisão a estudantes das escolas públicas visitadas pelo projeto, segundo informa o CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Idealizado pelo juiz Deomar Barroso, do TJPA (Tribunal de Justiça do Pará), o objetivo do trabalho é resgatar a autoestima dos presos, uma vez que o projeto trabalha valores positivos.
Antes de serem selecionados para o projeto, os detentos têm de demonstrar a assistentes sociais, psicólogas, professores e pessoal de segurança da unidade prisional que são capazes de respeitar a autoridade.
Além das escolas, os detentos fazem reparos também em locais públicos como praças públicas e outros endereços.
No papo com os alunos, chamado "Papo di rocha" (expressão usada nos presídios que equivale a "conversa franca"), eles compartilham com os alunos algumas das vivências da prisão.
— Eles contam como é dividir um só banheiro com 20 colegas de cela, ver gente sendo morta na prisão, se alimentar de péssima comida geralmente servida nos presídios, ser abandonado pela própria família.
O projeto, parceria com a Superintendência do Susipe/PA (Sistema de Penitenciário do Estado do Pará), foi levado a municípios do interior: Abaetetuba, Capanema, Marabá, Marituba, Mocajuba, Paragominas, Salinópolis, Santa Izabel do Pará, Tomé-açu, Cametá, Castanhal, Bragança, Tucuruí, Altamira e Redenção.
O juiz avalia que o projeto tem um caráter de prevenção da criminalidade. Para Barroso, responsável pela execução penal do município de Abaetetuba, as vítimas não desejam se vingar de quem cometeu o crime, "querem nunca mais serem vítimas novamente".
Nenhum comentário:
Postar um comentário