As más condições de estrutura e a demora na reforma da Escola Estadual
São Felipe, localizada no bairro da Matinha, na periferia de Santarém,
Oeste do Pará, preocupam funcionários, estudantes e a comunidade. Os
riscos constantes de desabamento da passarela e do telhado da área de
recreação dos alunos levaram centenas de pais a procurar outra escola
para matricular os filhos.
Diversos problemas estruturais são apontados por professores e alunos
como: fiação elétrica exposta; telhado cheio de buracos; madeira do
telhado apodrecida por ação de cupins; banheiros masculino e feminino
funcionando em precárias condições; buracos nas paredes de algumas
salas, ventiladores parados sem condições de funcionar, entre outros
problemas.
Em menos de dois anos, segundo os professores, a evasão de estudantes
da Escola São Felipe para outros educandários de Santarém chegou a mais
de 50%. No ano de 2010, de acordo com funcionários, a escola funcionava
com mais de 1000 (mil) alunos. Hoje, pouco mais de 300 se arriscam a
estudar nas salas de aula.
A reforma deveria ter sido iniciada no ano de 2010, porém, segundo
fontes, a burocracia da Secretaria de Estado de Educação (Seduc)
emperrou as obras no educandário, prejudicando centenas de alunos, que
residem em vários bairros periféricos de Santarém. A estrutura da área
coberta foi condenada pelo Corpo de Bombeiros desde 2011, por conta de
pôr em risco a vida dos alunos. “A escola tem 33 anos e nunca passou por
reforma. Foram construídos novos pavilhões e a parte elétrica está
comprometida. A escola funciona com sobrecarga de energia. Quando
funciona um pavilhão, tem que desligar o outro. Estamos almejando essa
reforma, que a subestação elétrica será contemplada com a reforma”,
declarou um professor.
PREOCUPAÇÃO
O aluno do 1º ano do ensino médio, Dorielson da Silva acredita que se
acontecesse um problema com algum aluno por causa da passarela que está
quase desabando, rapidamente a Seduc iniciaria os serviços de reforma
da Escola São Felipe. Ele reforça que desde o ano de 2010, os estudantes
esperam pela reforma, mas que até o momento não saiu do papel. “Vejo a
falta de reforma na Escola como uma pouca vergonha, porque a gente fica
aqui como palhaço! Estamos esperando essa reforma há mais de dois anos,
mas ainda na esperança, porque se tivesse um filho do Governador Jatene
estudando aqui os serviços já estariam sendo feitos”, dispara o
estudante.
Para Dorielson, todos os alunos correm risco quando entram na escola e
passam na passarela, onde os esteios estão apodrecidos. Ele afirma que
todos os estudantes ficam com medo de serem vitimas de acidente. “Dentro
das salas, quando a gente liga os ventiladores, eles ficam balançando,
provocando um risco muito grande. Em minha opinião, os estudantes
deveriam fazer um manifesto bloqueando a rodovia federal para chamar
atenção do Governador”, sugere.
LICITAÇÃO
De acordo com a diretora da 5ª Unidade Regional de Educação (URE),
professora Glória Maria, o engenheiro da empresa que ganhou a licitação,
de cerca de R$ 500 mil, foi até a escola no inicio do primeiro semestre
deste ano e disse para a diretoria que iria a Belém assinar o contrato
na Seduc. Passados sete meses, os serviços de reforma da Escola São
Felipe ainda não iniciaram. “O contrato ainda não foi assinado. A Seduc
nos informou que estavam faltando alguns detalhes para que a empresa
inicie as obras. Os serviços estavam programados para começar no
primeiro semestre deste ano”, reforça.
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